quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Um novo começo

Nunca é tarde para recomeçar. Talvez essa seja uma das maiores aventuras da vida: iniciar e finalizar ciclos. E depois recomeçar.  E assim quase um ano se passou – um dos ciclos mais “pesados”, intensos e dolorosos que já vivi.

Foi um ano da pesada. Muito mais triste do que feliz. Mas falam que a gente amadurece mais sofrendo (também falam que o sofrimento traz inspiração... Não foi bem isso que eu vi neste blog, que logo mais completará um ano de existência!). Às vezes, quando menos esperamos, a vida, linda e bela, vem e nos dá umas porradas. A gente até pode levar algumas de raspão, tentar revidar, dizer que não doeu... Não adianta. As marcas ficam. Essas cicatrizes da alma são o que eu chamo de “amadurecimento forçado”.

Este amadurecimento ocorre quando vivemos algo que jamais imaginaríamos viver. Seja uma viagem, uma experiência traumática ou um relacionamento doente, como o que aconteceu comigo.

Nem sempre conselho de mãe resolve. E se ainda fosse só de mãe... Conselho de mãe, avó, avô, tia, tio, primo, amigos, cachorros, papagaio... E até mesmo a sua intuição, que está gritando aos montes com você, e você simplesmente tapa os ouvidos, a ignora e continua a amadurecer pelo caminho mais difícil: pelo erro consciente e por opção.

Felizmente, no meio de tantos erros, porradas, machucados e lágrimas a gente acorda para a vida, que continua seguindo linda e bela. Aí chegou a hora do “rehab”. Tem que tratar com carinho todos os machucados. É um processo demorado e doloroso. As feridas ainda estão abertas. Há muita coisa que ainda precisa ser digerida e entendida. É difícil voltar para o seu próprio eixo. Você quer enxergar a beleza da vida, mas seus olhos ainda estão marejados, a vista fica um pouco embaçada.

O senhor tempo ajuda bastante. Ele apaga o que precisa ser esquecido e renova o que sobrou de bom. E melhor do que o tempo é Deus, destino, energias positivas, providências divinas, ou seja lá o que for. Ele traça o “caminho certo por linhas tortas”. Às vezes, ao suceder um presente especial, a porrada torna-se necessária. É a confirmação de que erramos, assumimos o erro, aprendemos com ele e dessa vez (e nas próximas) vamos fazer a coisa certa.  Ou seja, amadurecemos.

Seja bem-vindo, recomeço! Com muita inspiração , paz de espírito e o principal: felicidade (com os olhos bem abertos!)!


domingo, 9 de outubro de 2011

Luto

Calma, ninguém morreu!

Talvez uma parte de mim tenha morrido. Me sinto triste, desanimada, desmotivada. Posso até continuar bonita, mas os meus olhos revelam o que se passa na minha alma. Até uma senhora que mal me conhecia, uma amiga da minha mãe, disse "a Ada tem uma beleza diferente... com traços melancólicos". Fiquei ainda mais arrasada ao ouvir isso. 

Eu me sinto doente... Cansada, muito cansada.


Será que vai passar?

sábado, 8 de outubro de 2011

Um Homem Inteligente Falando das Mulheres, de Luís Fernando Veríssimo

Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. 

Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro.

Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

Respeite a natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia.

Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda. 

Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. 

O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo. 

É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay. Só tem mulher quem pode! 

L. F. Veríssimo

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"A Pessoa Errada", de Luís Fernando Veríssimo

"Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa,
não existe uma pessoa certa pra gente
Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é,
na verdade, a pessoa errada
Porque a pessoa certa faz tudo certinho
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas,
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas
Aí é a hora de procurar a pessoa errada
A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder a hora
Morrer de amor.

A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é prá na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira.

A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo
E só assim é possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade
Tudo o que Ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada
Para que as coisas comecem a realmente funcionar direito prá gente.

Nossa missão:
Compreender o universo de cada ser humano,
respeitar as diferenças,
brindar as descobertas,
buscar a evolução.
Quando a gente acha que tem todas as respostas,
vem a vida e muda todas as perguntas ..." 
L.F.V.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A minha experiência com João de Deus

Não pensei duas vezes ao aceitar essa viagem. O convite fora feito pela minha mãe, que em abril foi para Abadiânia e passou pelas mãos de João de Deus, que realizou uma cirurgia espiritual nela.

Antes de embarcar neste tour espiritual, pesquisei sobre o médium João de Deus, curiosamente mais famoso no exterior do que no nosso próprio país. Não vou contar sua história e nem seus feitos mediúnicos. Para isso indico estas reportagens: http://tinyurl.com/dzbxoy  e http://tinyurl.com/3lqcej2

Saímos de São Paulo na terça à tarde, 21 de junho de 2011, rumo a Goiânia e Abadiânia, como destino final. Não me perguntem como, mas meus avós (e duas amigas deles) também abraçaram a causa e foram conosco.

Abadiânia
É uma cidade roots. O percurso do povo que peregrina até a Casa Dom Inácio de Loyola se resume a avenida principal, vulga Avenida Frontal. Lá existem alguns restaurantes, lojas de pedras preciosas, lojas de roupas indianas, lan houses e muitas pousadas. Tudo extremamente simples.

Fiquei hospedada na “melhor” pousada de Abadiânia, a São Miguel, que tem jardim, redes, serve três refeições por dia (eu me esbaldei, mas meus avós no segundo dia já não aguentavam mais o tempero da casa), e os quartos são... bem Abadiânia style – tudo muito simples, tipo banheiro sem porta, travesseiros duros, jogos de cama de qualidade duvidosa... Enfim, luxo e Abadiânia são duas palavras que não combinam.
Rolê por Abadiland: a cidade roots de João de Deus

Casa Dom Inácio de Loyola
Não sei por onde começar a escrever. Pisei pela primeira vez na Casa na própria terça à noite. Ao entrar senti um certo magnetismo naquele lugar. Os voluntários que lá trabalham estavam decorando a casa com balões e bandeirinhas, para celebrar São João e o aniversário do João de Deus. Ainda não estava entendendo o que acontecia por lá. Fui totalmente sem expectativas. E sim, estava um tanto quanto cética em relação a tudo o que poderia acontecer.

Acorda-se cedo, por volta das seis da manhã. Chegamos na Casa (que fica a poucos metros da pousada) pontualmente às oito – horário em que os trabalhos começam. A Casa já estava lotada de gente.  Se via de tudo por lá, gringos loiros, pessoas mais simples e outras nem tanto, de bebês a idosos, cadeirantes, mulheres de salto e vestidos mais curtos (hein?rs). E todos de branco. Todos com um só objetivo: a cura. Cura para doenças físicas, espirituais, aflições pessoais, questionamentos entre outros tantos motivos que os levam a este lugar ímpar.

Lá existe apenas uma regra: todos serão atendidos. E olha que são centenas de pessoas que passam lá por dia! Desde o início eu entendi o significado da palavra paciência. Não adianta ser paciente. Você precisa ter ainda mais paciência! Para mim este já foi o primeiro desafio e, ao mesmo tempo a primeira decepção. São chamadas várias categorias de cada vez (e em cada período essas categorias são chamadas em ordem aleatória, dependendo do pedido da entidade incorporada no médium João de Deus): 1ª vez; 2ª vez; cirurgia; revisão; fila das 8 ou das 14 horas. Só depois de algumas visitas que eu consegui entender direito esse esquema das filas.

Não existem bancos suficientes para todo mundo se sentar. Eu me espremi no último canto da bancada, lugarzinho sempre desprezado pelo povo. Foi de lá que eu tive o meu primeiro contato com João de Deus. Ele passou rápido em direção à sala de atendimentos. Olhou dentro dos meus olhos (não consigo esquecer disso!). 


Durante a longa espera são exibidos filmes de cirurgias físicas, sem cortes – no filme e com muitos cortes – nas pessoas. Isso já impressiona. No palquinho sobem voluntários que trabalham na Casa, que explicam os procedimentos. Pessoas vão dar o seus testemunhos de cura. Ouvi muita gente falar sobre a cura de seus cânceres. Mais uma vez, impressiona.

Também são rezados diversas vezes o “Pai Nosso” e a “Ave Maria”, algo que me incomodou um pouco, já que sou judia e não me identifico com essas preces. Porém, depois percebi que as rezas católicas são necessárias para conter aquele povo, para fazer as pessoas entrarem no clima de silêncio, concentração, meditação e paz. Em tempo: a Casa é ecumênica. Apesar dos quadros, imagens e até uma mezuzá no batente da porta, não há nenhuma religião predominante, há apenas a "espiritualidade".

Nem sei por quanto tempo fiquei esperando até chamarem a minha fila, de “1ª vez”.  Nesse período não parava de me questionar: “até que ponto as coisas acontecem de verdade ou são fruto da nossa tão fértil imaginação”? Sim, eu estava cética ao ver aquele povo todo falando, rezando, esperando...!  Afinal, o quê que eu fui fazer naquele lugar? Acordei cedo pra pegar fila, sentar num canto que mal cabiam as minhas nádegas, ouvir um monte de coisas... A primeira impressão é estranha.

Sala da longa espera

Um outro mundo
Todos os meus questionamentos foram respondidos no momento em que atravessei, numa fila indiana, a porta que separa a “sala de espera” da sala de atendimento. Foi um baque. À medida que vc adentra a sala, vc se depara com mais e mais pessoas vibrando, ou seja, meditando, rezando ou simplesmente emanando suas melhores vibrações para cada um que passava por lá. De cara aquela energia poderosa, aquela atmosfera de amor e paz, invadiu o meu corpo, penetrou profundamente a minha alma. E eu chorei. Chorei sem motivo. Não conseguia conter as lágrimas ao me deparar com aquela cena, aquela energia, aquela sensação... Só dá para entender experimentando.

Chegou a minha vez. Ainda com os olhos marejados fui atendida pela entidade incorporada por João de Deus. Novamente ele olhou profundamente nos meus olhos (a sensação é de que ele enxerga a sua alma) e me pediu para ficar próxima a ele, naquela corrente de vibração, e retornar para consulta no dia seguinte. Logo fui direcionada a um lugar livre, no meio dos (acho que) duzentos que estavam lá vibrando. Sentei e tentei me acalmar. Fechei os olhos, mas as lágrimas continuavam. Só conseguia agradecer a D’us por estar lá, fazendo parte daquela energia tão boa que acalma e tranquiliza mentes e corações inquietos.

João de Deus, O cara
Fiquei na corrente por pouco tempo, já que o trabalho estava chegando ao fim. A corrente se encerra com orações a agradecimentos. Pareceu ser algo gratificante. Saí da sala e me encontrei com minha família, que estava tomando a sopa, que é oferecida após a cirurgia e o atendimento. Minha mãe fez apenas o retorno. E o todo o resto (meus avós e suas amigas) tiveram suas cirurgias marcadas para a tarde do mesmo dia.


Voltamos para a pousada. Descansamos e almoçamos. Mal podia esperar como me sairia na minha próxima missão:

A corrente
Cheguei naquela sala poderosa pouco antes das 14h. A Maria Luisa (amiga da minha mãe, habitué da Casa e organizadora da nossa caravana) me colocou num lugar, na sala que faz a corrente para auxiliar as cirurgias. Estava ansiosa. Mais uma vez não sabia o que estava por vir. A concentração começou. Ligaram o som, cujas músicas são propícias para meditação e oração. Preces foram feitas. O médium entrou na sala, incorporou a entidade e deu inicio aos trabalhos da tarde. Nós, da corrente, devemos ficar de olhos fechados – para não receber a energia dos enfermos que passam por ali – e não podemos cruzar braços, pernas e dedos. Temos que ficar de um modo que a nossa energia flua e auxilie todo o atendimento espiritual que lá acontece.

Obviamente não vi nada. Devo ter ficado com os olhos fechados por durante uma hora e pouco. Mas chega uma hora que o corpo incomoda, as pernas doem, os olhos ardem, fica tudo desconfortável. Admiro as pessoas que conseguem meditar por horas a fio. Isso exige treinamento e muita concentração, algo que para quem sofre de TDHA (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) como eu, se torna um grande desafio.

Depois de muito tempo não aguentei e fiquei com os olhos entreabertos. Não vi nada de extraordinário acontecendo. Assisti o andamento dos atendimentos. Mais uma vez vi tudo quanto é tipo de pessoas. Muitos levavam flores e presentes de agradecimento ao médium. Outros saíam emocionados, chorando, assim como aconteceu comigo. Mas com certeza todos saíam, de alguma fora, tocados daquela sala.

Deviam ser umas 17h e pouco quando os trabalhos terminaram. Todos os integrantes daquela corrente pareciam estar gratos por terem dado tanto de si, afinal “é dando que se recebe”.

Tive alguns inights altruístas sobre o poder da corrente. Me senti privilegiada por fazer parte daquele passe coletivo. Você recebe muita energia boa por muito tempo. É uma experiência única! Ao mesmo tempo eu me conscientizei sobre “dar sem esperar nada em troca”. Vibrei por pessoas que não conhecia. Transmiti tudo o que há de melhor em mim em prol da cura daquelas almas que tanto necessitam de ajuda. Também aprendi que se deve permanecer com os olhos bem fechados. Ao mesmo tempo em que estava feliz, me sentia estranhamente cansada. Muito cansada, exausta!

Segundo dia
Mal consegui me perguntar sobre “qual seria a missão do dia”. Minha querida mamãe agitou uma escapadela de Abadiânia. Meus avós e cia permaneceram na pousada, lugar onde não poderiam sair durante 24 horas após a cirurgia.

Fomos para Salto de Corumbá, um parque privado com belas cachoeiras e trilhas. Melhor impossível! Seguimos a cavalo até a cachoeira de Salto. Imponente, linda. Apesar de congelante eu entrei na água e senti a força da natureza sobre o meu corpo. Que delícia! Lavei a alma, foi revitalizante! Depois fizemos a pé a trilha até a gruta – um enorme e profundo poço de água com uma pequena cachoeira. Também mergulhei por lá. Brrrrrr que frio! Logo voltamos para Abadiânia para chegarmos a tempo dos trabalhos da tarde.
Lavando a alma

Paciência. Mais uma vez enfrentei o exercício da paciência. Fila para o atendimento das 14 horas! Segui o meu rumo, dessa vez solitária. Entrei na sala de consulta, em fila indiana. Senti a vibração transitando o meu corpo. Meus olhos ficaram pesados e ardendo. Chegou a minha vez:
- “Voltei hoje, conforme o senhor pediu”.
- “Você está melhor”?
- “Sim, estou”.
- “Aonde você nasceu”?
- “Em São Paulo”.
- “Volte para cá mais cinco vezes, o mais rápido possível! Vá para a corrente”.
- “Sim, claro! Obrigada...”.

E mais uma vez estava lá, sentada, em plena concentração. Como a sala já estava lotada sentei na corrente da sala de passe. Dessa vez foi mais fácil do que no dia anterior. Você se entrega. Você se acostuma. Não abri os olhos. Fiquei mais a vontade. Chorei um pouquinho também. Admito que gostei muito de receber tantos e tantos passes seguidos. O tempo passou mais rápido. Quando percebi o trabalho terminou.

Saí da sala com o coração cheio, com uma alegria genuína, verdadeira. Não queria sair da Casa. Queria continuar lá, presenciando aquela atmosfera apaziguadora.

Gratidão
Talvez este tenha sido o momento mais intenso e especial da viagem. Segui sozinha em direção ao mirante. Queria aproveitar os últimos raios de sol da tarde. Me sentei e tive os melhores pensamentos possíveis. Apreciei as pessoas que se apresentavam na mesma condição que eu: sozinhas, contemplativas, inspiradas. Algumas liam, outras, escreviam, ou apenas desfrutavam daquele momento único e especial.

Agradeci a D’us pela oportunidade de poder viver a minha espiritualidade que, por muitas vezes, fica adormecida neste corpo que tanto se ocupa de deveres e pensamentos mundanos.  Também me prometi que relataria toda essa experiência, assim como estou fazendo agora.

Assisti o belo pôr-do-sol do planalto central. Me senti realizada e em paz. Tudo começou a fazer sentido.
Pôr-dos-sol inspirador

Último dia
Acordei ansiosa para a minha missão matinal: levar fotos de pessoas queridas ao médium. Ao chegar na Casa me deparei com uma multidão descomunal. Era sexta-feira, aniversário do João de Deus, com direito a bandinha militar e muita, mas muita demora mesmo no decorrer dos trabalhos. Mas pra quê ter pressa? Me acomodei  no banco de madeira e fiquei observando as pessoas, que pareciam uma mistura de anjos, do filme Cidade dos Anjos e moradores do Nosso Lar. Estava ambientada à multidão de branco. Tudo já era familiar. 
Jardim da meditação

Aproveitei o momento e, por algum tempo, troquei olhares e sorrisos com um bebê lindo que estava deitado na grama – algo que não acontece normalmente.
Esses olhinhos azuis...

A espera foi bem longa dessa vez. Mais paciência! E mais um pouquinho, pode ser? O trajeto se repetiu. Fui objetiva e mostrei as fotos. Obtive algumas respostas. Tomei meu passe. Dever cumprido.

Voltei para a pousada, almocei e desmaiei na cama. Acordei por volta das 16 horas. Eu e minha mãe fomos para a Casa, aproveitar o último atendimento para nos despedirmos do João de Deus.

E, sem dúvida nenhuma, foram as melhores palavras que eu poderia ouvir. Mais uma vez ele me perguntou de onde eu era. Aproveitei a deixa para questionar sobre a necessidade de tantos retornos. Ele me falou para eu não me preocupar. Faz parte da minha missão. “Vai dar tudo certo na sua vida”. Graças a D’us. Ele também me perguntou se eu já tinha terminado os meus estudos. Sim, acabei de terminar! E novamente: “não se preocupe, vai dar tudo certo na sua vida”!

Saí de lá com lágrimas nos olhos. É muito emocionante ouvir essas palavras oriundas deste médium tão especial.

Conclusão
Por mais cético que você seja não tem como não sair tocado de Abadiânia. Alguma coisa vai mudar em você. Talvez sua saúde possa melhorar após a cirurgia espiritual. Talvez você mude o seu modo de encarar o espiritismo. Ou talvez você se sinta espiritualmente fortalecido. Mas uma coisa é certa: você sai diferente de lá. A simplicidade do lugar fica em segundo plano. Tudo o que é “mundano” fica em segundo plano.

A experiência é única e cada ser humano a vive de uma forma diferente. Basta estar com o coração aberto e se entregar verdadeiramente a esta experiência.

Sim, valeu a pena. E olha que ainda terei que voltar para lá mais cinco vezes!




quarta-feira, 8 de junho de 2011

O que temos visto por aí??? por Arnaldo Jabor

Mais um texto compilado para a coleção. Sempre o mesmo sobre o mesmo: relacionamentos. Não é por menos! A semana dos namorados está aí, minha gente!

O que temos visto por aí???

"Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes. Com suas danças e poses em closes ginecológicas, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas ?? Chegam sozinhas e saem sozinhas...

Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, ...sozinhos...

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.

E não é só sexo não!

Se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama... sexo de academia...

Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalísticas...
Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...

Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!"

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, mutilando-se em nome da tal "beleza"...

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos...

Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário...

Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodê, brega, famílias preconceituosas...

Alô, gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado... "Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...

Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem a ver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida... E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?

Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... e, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"

Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado... O que realmente não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in...

Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.

Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...

Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas, que infeliz para si mesmo!"
A.J.

Conselho de amiga: não deixe de falar "eu te amo" por medo ou insegurança, por não ter certeza. A vida é agora. A oportunidade é uma só. Se jogue, se entregue, viva! Ou apenas sobreviva.  

domingo, 29 de maio de 2011

Relacionamentos, por Rubem Alves

Mais um ótimo texto que encontrei por acaso e que vale a pena deixar registrado. Já tinha lido antes... Analogia perfeita! 

"O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. 
Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua “cortada”, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. 


O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro


O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.

Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui, ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão...

O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.

O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...

Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim..."

R.A., é educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp

sábado, 28 de maio de 2011

Relacionamento, por Arnaldo Jabor

Mais um texto do Jabor que eu preciso deixar registrado. Voltarei a escrever em breve. Mil idéias persistem. Mas falta um só fôlego.


"Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: 
- Ah, terminei o namoro... 
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo... 
- Cinco anos.... 
- Que pena... acabou... 
- É... não deu certo...   
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.   

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível. Tudo junto, não vamos encontrar. Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele. 

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona. Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.   

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa realmente gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão? 

O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.   

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse. 

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. 

Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...   

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????"
A.J.

*Está bem longe de ser fácil...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quando me amei de verdade

Há muito tempo, em alguma crise existencial, uma amiga me enviou este texto, de autoria desconhecida, e que faço questão de compartilhar com vocês, queridos leitores randômicos. Suas palavras são valiosas. Deve ser seguido à risca. Afinal, podemos perder tudo na vida, menos o amor-próprio!


"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.E então, pude relaxar.Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é... Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é... Saber viver!!!"

terça-feira, 29 de março de 2011

Ser feliz ou ter razão?

Recebi essa historinha hoje por e-mail. Achei interessante. Muito simples e verdadeira. Quem valoriza uma vida civilizada e principalmente feliz, vai entender a moral da história. Concordar com algo errado nem sempre é falta de argumento ou de personalidade. É sinal de bom senso!

Ser feliz ou ter razão?  

Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo, bem como o caminho que ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro.
 
Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.
  
Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais...
  
E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

Moral da história: 

Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência: 'Quero ser feliz ou ter razão?' Outro pensamento parecido, diz o seguinte: 'Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam'

domingo, 20 de março de 2011

Ch-ch-ch-Changes!

Já faz um tempo que ando pensando sobre uma coisa. Da mesma forma que eu tomei fôlego e escrevi a minha breve retrospectiva de 2010, sinto uma enorme vontade de escrever sobre 2011: o primeiro trimestre. 


A palavra que define todo esse período é crescimento


A Ada de ontem não é a mesma Ada de hoje. E também não será a mesma de amanhã. Tudo o que é estático é cômodo. E tudo que é cômodo não progride. Não muda. Nem pra melhor e nem pra pior. Simplesmente continua sendo o que é. Perdura sua existência com velhos hábitos. Afinal, é cômodo! É fácil. Sem ônus nem bônus.


Crescer às vezes dói. Ainda mais quando as suas falhas e defeitos são expostos e apontados por outras pessoas. São palavras que machucam num primeiro momento. Mas a dor é necessária. Temos que ter paciência para ouvir, humildade para aceitar, coragem para concordar e força de vontade para mudar. E, neste exato momento, gratidão para compartilhar essas mudanças aqui, com vocês, leitores randômicos e esporádicos. 


Foram golpes brutais no meu ego e na minha vida, que fica até difícil traduzir sentimentos em palavras. Muitas vezes eu chorei. Sofri, doeu mesmo. Não foi fácil descobrir o por quê de uma bad, ainda mais depois de um período tão longo de festa e relativa felicidade. Agora, analisando (como sempre costumo fazer), entendo que os jargões "há males que vem para o bem" ou "Deus escreve reto em linhas tortas" se encaixam perfeitamente na minha vida. E talvez na sua vida também. 


Faz muito, muito tempo que eu não me sinto assim... madura! Muitas vezes falo brincando que estou ficando velha. Não gosto mais de lugares cheios, gente folgada, falta de objetivo, falta de foco. Meu próprio organismo não aceita mais excessos. Nem de comida, nem de bebida, nem de nada que o prejudique. Chega um momento na vida que a gente não quer apenas o melhor para hoje. A gente valoriza o melhor para hoje, para amanhã e para depois. Pois é, estou ficando velha... Como disse um amigo, "velha não! Madura". 


E o melhor de tudo isso é ter a consciência de que estou mudando. Não por um motivo nem por um alguém. Faço isso por mim. Tenho a certeza de que mudar vale a pena! Me sinto equilibrada, em paz, serena e feliz. 


Serei para sempre grata a essa pessoa, tão especial, que desencadeou todo esse processo na minha vida. Obrigada! :)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Teorias Malucas da Ada: "Expectativas só servem para serem frustradas"

Um dos motivos que me fez escrever este blog foi compartilhar as minhas teorias sobre peculiaridades da vida. Acontecimentos e comportamentos humanos que ocorrem com uma certa frequência e acabam virando esses rótulos malucos - ou não tão malucos assim.


Sobre as expectativas
Quanto mais for sua expectativa, maior será a sua queda, ou seja, a sua frustração. Essa afirmação soa um tanto quanto pessimista. E olha que quem vos escreve é uma pessoa muito, mas muito otimista e positiva. Só que com o passar do tempo, o assunto expectativa foi algo que, infelizmente, serviu de exemplo para eu perder a minha fé nas pessoas. Digo isso de uma forma geral. Até porque eu também sou o tipo de pessoa que às vezes (raramente) alimenta uma idéia, mas nem sempre consigo cumprir. Para ilustrar melhor vou citar alguns exemplos: 

  • Pessoas: muitas vezes ficamos com alguém e criamos uma "aura mágica" em torno desta pessoa. Esperamos que ela seja de acordo com aquele ideal que construímos. Resultado: frustração!
  • Sexo: ao ouvir umas conversas de boteco, especialmente da ala masculina, descobri que a performance sexual há de ser julgada de acordo com a aparência, o jeito da pessoa em questão etc etc. Como se características físicas ou psicológica interferissem na performance sexual do outro, né! Resultado: frustração! Nesse caso também existe bastante superação!
  • Notas: sempre fugi das rodinhas de discussão pós-prova. O povo fica numa pilha de ansiedade, tentando descobrir se acertou, errou, foi bem ou foi mal. Esse tipo de situação se estendeu no decorrer dos meus cinco anos de veterinária. Ao terminar minha prova eu simplesmente queria esquecer o assunto. Deletava tudo da minha mente. Sabe por que? Porque o povo achava que ia bem... Na hora de ver a nota... Resultado: frustração!
  • Auto promoção: hahahaha... Vem contar vantagem, vem! Tudo bem, todos nós temos qualidades. Podemos falar delas, numa boa. Mas vender um produto de qualidade duvidosa resulta em: frustração!
  • Compromissos: chegamos ao ponto que mais me incomoda. Mais conhecido como cano, bolo, e furo, compromissos marcados ou simplesmente esperados e, depois, não cumpridos me geram um ódio quase mortal. Você se programa. Você espera por algo ou alguém. Aí simplesmente... FAIL! Resultado: frustração!
Na verdade criamos expectativas sobre algo todos os dias. Compras, pessoas, relações, trabalho, viagens, festas, sonhos... É um desafio conseguir equilibrar o otimismo com a falta de expectativa que eu sugiro.  E é um desafio maior ainda aprender a lidar com ela, com a frustração. Se alguém aí tiver a receita me ensine, por gentileza! Até agora o que me alivia é falar abertamente sobre isso, escrever, colocar pra fora essa fucking palavra frustração!!!

Pronto, passou! 

Só mais um pedido. Se você sabe que não vai rolar, independente do que seja, não plante a sementinha da esperança na cabeça dos outros - principalmente se for alguém que você realmente preza. Não agite se não vai dar. Não combine sem a certeza de poder ir. Não seja uma pessoa que você não é. Quanto menor for a expectativa, menor será a frustração.

Agradeço!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Retrospectiva 2010: antes tarde do que nunca!

São quase duas da manhã de uma terça-feira. Depois de muito tempo encontrei um breve momento de inspiração para um novo post. Como disse anteriormente, são muitos assuntos guardados na gavetinha das pautas. Antes tarde do que nunca eu preciso cumprir com a promessa feita a mim mesma: a retrospectiva de 2010.


Será que eu consigo? So let's try!


O ano de 2010 foi particularmente especial pra mim. Foi o ano que eu mais ganhei presentes em toda a minha vida. Foi meu ano sabático. Foi meu ano de festa. Mas também foi o ano mais pesado da faculdade. Foi o ano da Terra Santa. Foi o ano da realização de alguns sonhos. 


Presentes
Contrariando o meu costume de deixar a cerejinha do bolo por último, agora dou prioridade aos presentes que ganhei em 2010. Foram os melhores presentes de todos. Presentes em forma de pessoas de carne, osso e muita alma. 


Não vou citar nomes. Não quero deixar ninguém de fora dessa lista. Mas pra mim ficou claro que existiram elementos chaves. Pessoas queridas que me mostraram um caminho a ser seguido. Que me abriram portas e eu, com minhas próprias asas, dei meu vôo solo em busca do que eu realmente gosto e quero pra minha vida. Conheci, cativei, conquistei. A palavra "amizade" nunca foi tão importante quanto está sendo agora. 


Eu mergulhei de cabeça em um mundo paralelo. Criei consciência sobre a importância de ser uma pessoa boa, de praticar o bem. De não julgar os outros. Respeitar as escolhas de cada um. Aos pouquinhos aprendi a praticar o desapego - com coisas materiais, pessoas jamais!


Por mais que nem sempre eu consiga sustentar todas as amizades conquistadas, aqui dentro eu dou muito valor a cada um que entrou, passou pela minha vida, fez alguma diferença em algum momento. Obrigada. Serei eternamente grata a todos vocês.


Viagens
Tive a oportunidade de fazer duas viagens a Israel em 2010. Minhas experiências foram profundas, especiais. Me descobri como sionista. Sou apaixonada por Israel. Lá está longe de ser um país perfeito. Tem misturas, temperos, aromas, pessoas, paisagens, história, problemas, soluções... únicos! Coisas que só Israel tem. É um turbilhão de energia. É um país que se eu pudesse, visitaria todos os anos da minha vida. Ou, de repente, passaria um tempo por lá. Eu amo Israel. É indescritível o meu carinho para com a minha pátria.


Trabalho
Descobri na pele o que é ser usada e descartada por uma empresa. Isso me desmotivou bastante para seguir em busca de outras oportunidades. Aproveitei o meu tempo para a faculdade. Para a minha vida pessoal. Para as viagens, em todos os sentidos. Posso dizer que tive um ano sabático bem vivido e nem um pouco arrependido. Agora, força total pra 2011.  A moleza acabou. Finalmente!rs


Faculdade
Com a proximidade do meu nono ano consecutivo de estudos, eu acabei dando uma desanimada também. Chega uma hora que cansa. Você não aguenta mais passar horas estudando, decorando, assistindo aulas.... Esse ciclo tão positivo de estudos causa um tilt mental! Cheguei no meu limite também. Fiz o que foi possível fazer - sempre bem feito. Ainda carrego duas DPs - frutos de aulas mal dadas por professora arrogante e amadora. Infelizmente a gente se depara com esse tipo de coisa no final do curso.


Ao mesmo tempo que me lasquei com pouquíssimas matérias, eu consegui fazer o meu TCC. O que parecia ser impossível foi totalmente viável. Em apenas dois meses eu fiz um levantamento bibliográfico absurdo sobre um tema novo e controverso no meio científico. Foi insano. Só eu sei o quanto eu sofri para finalizar esse trabalho. Muitas vezes pensei em desisitir. Mas como uma boa taurina eu não desisto nunca! Apresentei e passei. Depois dessa, outra faculdade está fora de cogitação. Quem sabe uma pós no ano que vem...rs


Família, saúde
Foi um ano tranquilo. Posso afirmar que meus valores familiares estão fortalecidos. Com o tempo a gente aprende a dar valor àqueles que estão ao nosso lado, independente do que aconteça. Eu amo a minha família. Mais do que tudo no mundo. Ela é a minha base. E é o que eu pretendo dar continuidade nos próximos anos.


Minha saúde também está bem, graças a D'us. Todos os meus exames mostram resultados bons. Não é por menos. Estou tentando comer de forma mais consciente. Também não abro mão da minha academia. só uma exceção: as pedras nos rins. Elas se multiplicaram e multiplicaram... Tive minhas cólicas. Mas até nisso eu progredi. Aprendi muito com as cólicas passadas. Agora eu escuto o meu corpo. Eu sei o que está acontecendo e tento controlar as dores da melhor forma possível. Meu plano para 2011 é exterminá-las de vez. Não vai ser fácil. Eu aguento mais essa. Eu sei que aguento!


Sonhos
Pode soar besta. Eu realizei meus sonhos. Sempre quis ir pra copavet. Eu fui, com a cara e com a coragem. Valeu a pena. Todo mundo deveria fazer isso uma vez na vida. Tem certas coisas que só acontecem dentro daquele zoológico/ hospício humano. E o meu grande sonho... o festival. Depois de ir para tantas festas, conhecer outros valores, conquistar tantos amigos... chegou a hora de celebrar na Bahia. De novo fui com a cara e com a coragem. Tive uma das experiências mais incríveis da minha vida - que obviamente renderiam alguns posts. Poderia dar tudo errado. Mas deu tudo mais do que certo. Foi incrível. O maior presente de todos que eu poderia me proporcionar. Fechei 2010 com chave de ouro.


A sós
Isso não podia faltar. 2010 também foi o ano que eu aprendi a ficar sozinha. Aprendi a lutar contra meus próprios demônios. A me aceitar do jeito que sou. Vi que a vida não é só festa, alegria. Que no final estamos todos sozinhos. Foi assim que eu fortaleci ainda mais a melhor relação que já tive em toda a minha vida: eu comigo mesma. Ou você se curte do jeito que é, ou... Não existe uma saída. Nesse assunto eu já estou muitíssimo bem resolvida. Minha vida é boa. Sou feliz com o que sou, com o que tenho. Amo minha família, meus amigos, meus cachorros. Enfim... Felicidade. É isso o que eu desejo, sempre. E a felicidade reside em nós mesmos. Não tem segredo!


Coração
Pulstante. Pulsante. Pulsante. Meu coração é assim e pronto. Tantas vezes eu tentei passar uma argamassa nele, para ver se parava de pulsar. Em vão. Da mesma forma que ele pulsa vida, ele também sofre. Intensidade. Para sempre intensidade.


Sem mais.


As palavras de 2010? Intensidade. Liberdade. Felicidade.  E que prossiga em 2011. O calendário pode mudar. Os objetivos também estão bem diferentes, mais focados em produtividade e no futuro que está por vir.  Mas a essência nunca muda. É  e será sempre a mesma. :)